O Marxismos em Movimento teve sua primeira edição ano passado, 2018, ocasião em que comemorou-se o bicentenário de nascimento  do filósofo, economista, historiador, jornalista e sociólogo Karl Marx, tema do evento. Este ano, em sua segunda edição, pretendemos ampliar o evento com apresentação de trabalhos e maior programação, visto que o primeiro teve uma receptividade bem acima do esperado. Certamente porque, hoje, os debates sobre política há muito extrapolaram a universidade e ocuparam bares, festas, grupos de Whatsapp em uma intensidade talvez inédita. Muito se tem falado sobre movimentos sociais, socialismo e, dentre outros temas correlatos, livre mercado de modo apressado e é papel da universidade analisar as demandas da sociedade em termos científicos.

Por outro lado, a universidade não é uma difusora de saber unidirecional, mas que deve construir uma relação dialógica com outras áreas do conhecimento, mormente aquelas que ainda não chegaram de modo ativo aos seus espaços de saber (e poder). O contato mais direto com esses movimentos sociais, cuja prática política muitas vezes é objeto de estudo no ensino superior, é, também, enriquecedor para a comunidade acadêmica. Na academia, muitas vezes, se estuda movimentos os quais não tem voz em tal espaço, entram apenas como objeto, nunca sujeito. Por isso, já desde o ano passado, os convidados para o evento se dividem entre acadêmicos e lideranças de movimentos sociais.

O II Marxismos em Movimento procura ser um desses locus de encontro entre comunidade acadêmica, movimentos sociais e todos aqueles (hoje a quase totalidade da sociedade) que se interessam pelo tema da economia política, o que deve ser contemplado na extensão universitária. O atual Plano de Desenvolvimento Institucional da UFRN prevê em sua Meta 12 a expansão das atividades de extensão (em 115%), bem como uma maior participação dos docentes (aumento de 110,4%), servidores técnicos-administrativos (aumento de 211,5%) e discentes (em 314,8%), o que coaduna com a realização do evento.

Para a segunda edição, em harmonia com as incertezas e debates travados no seio da sociedade, o tema será Limites e possibilidades da democracia. Como e porque ocorrem eventuais retrações nas instituições democráticas? Como ampliar a democracia para minorias marginalizadas (por identidades, geograficamente ou por aporofobia)? Qual o papel das universidades nesse processo? Entendemos a democracia em seu mais amplo sentido como tema transversal para apresentação de trabalhos e debates.